domingo, 26 de setembro de 2010

A Grande Guerra pela Civilização: A Conquista do Médio Oriente

Decidi fazer aproveitar o meu primeiro post no DI Livros para divulgar um dos livros mais interessantes que tive o prazer de ler este ano. Trata-se d'A grande guerra pela Civilização: A conquista do Médio Oriente, do jornalista veterano Robert Fisk.
Esta obra monumental (1230 páginas na edição portuguesa), faz um relato intenso e na primeira pessoa dos eventos mais marcantes dos últimos 30 anos de história do médio oriente, desde a invasão soviética do Afeganistão no final dos anos 70, à invasão americana do Iraque em 2003.
Além da descrição das viagens de Fisk aos diversos países desta região, o livro também oferece uma contextualização histórica dos eventos retratados, o que ajuda a perceber melhor a sua origem.
Em última análise, e apesar da sua dimensão, creio que é uma obra muito interessante para quem estiver interessado na história recente desta região e consequentemente do mundo.

sábado, 25 de setembro de 2010

A Sombra do Vento


A minha primeira mensagens neste blog não poderia ser dedicada a outro livro que não A Sombra do Vento, do escritor espanhol Carlos Ruíz Zafón.

A história passa-se em Barcelona, no período que antecede a 2º Guerra Mundial. A história gira à volta do filho de um livreiro, da sua paixão pelos livros, pelo processo de crescimento físico e psicológico de criança a adulto, pela guerra, pelo mistério de uma biblioteca quase infinita, pelo amor e pelo romance, mas também pela desgraça e desventura.

Um livro sobre livros, que na realidade é sobre a vida, contado numa história exemplar. Entre as várias centenas de livros que já li, está seguramente no TOP 5 dos meus livros favoritos. Recomendo vivamente a todos os que gostam de ler um bom livro.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

City, de Alessandro Baricco

Ora aqui está um livro que é um bocado como a Coca-Cola: primeiro estranha-se, depois entranha-se. Li algures que, ao contrário de outras obras do mesmo autor, este foi mal recebido pela crítica, na altura. Percebo. O Baricco usa um estilo experimental, diferente de qualquer coisa que já tenha lido. É um estilo difícil, horrendo para um leitor pouco determinado. Mas é genial. Pensando melhor, não percebo.

Há um rapazinho chamado Gould que é genial, apesar de ainda fazer chichi na cama em plena adolescência. Um dia vencerá o prémio Nobel, todos o sabem. Tem um par de amigos imaginários: um gigante, outro mudo, que nãofala pelos cotovelos. Relata-lhes combates de boxe do mítico Larry "Lawyer" Gorman, sempre que vai à casa de banho. Gould tem uma baby-sitter, uma tal de Shatzy Shell (nada a ver com o da gasolina) que tem westerns na cabeça (podemos ouvi-los aqui, lidos pelo próprio Baricco, em italiano).

Três mundos entrelaçados. A cabeça dele, a dela, e a nossa. Começa por parecer confuso, acaba viciante. Para quem sobreviva à aparente confusão, bem entendido.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009


"Tenho os olhos cheios de estórias, como os meus olhos estão cheios de mundo. Quero falar-te deste mundo com o meu corpo aqui sentado – enquanto este lume, onde nós somos, é uma vida a fazer um brilho e uma memória, tão fortes como as figuras que se transformam e multiplicam diferentemente por estas brasas e que passam pelos olhos, atentos, de todas as gerações.
Senta-te aqui junto ao nosso quente e ao vento que oiço por baixo dos nossos pés (e que vem acolá daquelas frinchas) e à parede que escorre uma caliça humilde.
Senta-te aqui, querida neta, a ouvir as histórias como o meu bisavô Celerino ouviu do seu pai e do seu avô e do seu bisavô e o seu bisavô do seu bisavô. Os grandes homens ouvem as estórias. Depois, entregam-nas ao mundo. Só assim o mundo fica mágico e mais sábio. E completo.
Senta-te, querida neta, neste meu amor que é o amor pelo mundo a despontar a beleza arrancada à terra que vem cheia de raízes. Tanta raiz a crescer no corpo. Tanta raiz que é do corpo. O corpo é da terra e só a ela lhe pertence. A terra dá estórias ao mundo, para sempre, estórias de verdade, como esta que começa assim para ti:
Antigamente os vivos não morriam, querida neta. Não havia morte, diziam os antigos."

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Sugestões DI Livros

Após muitas conversas sobre livros que cada um de nós leu, gosta, não gosta, surgiu a ideia de partilhar com a blogosfera estas impressões e sugestões que vamos dando uns aos outros. Há já algum tempo escrevi na minha página pessoal um comentário sobre um livro marcante, "A Sombra do Vento" em jeito de sugestão de leitura. Ainda este ano o João Lourenço iniciou no forum da disciplina de ISRC um tópico que incluía sugestões de leitura. Estas sugestões são demasiado valiosas para serem esquecidas e misturadas no meio do nosso trabalho, têm um lugar próprio. Aqui!